23 de mai. de 2010

CACHORRO-QUENTE FAZ MAL AO CORAÇÃO, ALERTAM CIENTISTAS


Comer um cachorro-quente por dia aumenta em 42% os riscos de sofrer doenças cardiovasculares, segundo um estudo norte-americano publicado na última segunda-feira e que mostra os riscos cardíacos associados ao consumo de carnes e embutidos.

A pesquisa, da Faculdade de Medicina de Harvard, foi publicada no site do jornal "Circulation" e se baseia na análise de 1.600 estudos que observaram 1,218 milhão de pessoas em uma dezena de países.

Os resultados mostram que um consumo diário de 50 g de embutidos - como uma salsicha, rodelas de mortadela ou de bacon defumado - está associado a um risco 42% maior de desenvolver uma doença cardiovascular, assim como 19% mais chances de ter diabetes tipo 2.

As normas de vida saudável recomendam um limite no consumo de carne, mas, até agora, "estudos mostraram resultados gerais relacionando o consumo de carne e doenças cardiovasculares e diabetes", afirmou Renata Micha, a principal autora do estudo da Faculdade de Medicina de Harvard.

"A maioria dos estudos anteriores não considerou separadamente os efeitos na saúde do consumo de carne processada versus carne fresca", disse Renata Micha, que também é pesquisadora do Departamento de Epidemiologia da Escola de Harvard de Saúde Pública (HSPH).

Com o objetivo de diminuir ataques cardíacos e casos de diabetes, que têm aumentado devido ao crescimento da obesidade, seria melhor evitar carnes processadas como bacon, salames, salsichas e cachorros-quentes, destacou Renata Micha.

"Baseado em nossas descobertas, comer uma porção de carne processada ou menos por semana estaria associado a um risco relativamente pequeno", concluiu a pesquisadora.

Enquanto carnes frescas e processadas consumidas nos Estados Unidos contêm quantidades parecidas de gordura saturada e colesterol, pesquisadores descobriram que a carne processada "contém, em média, quatro vezes mais sódio e 50% mais conservantes a base de nitratos", explicou Renata Micha.
"Isso sugere que diferenças em sal e conservantes, mais que a gordura, podem explicar o maior risco de doenças cardiovasculares e de diabetes no consumo de carne processada".

Embutidos têm o dobro de gordura da carne in natura.

Os malefícios dos chamados embutidos nunca foram desconhecidos - esse tipo de alimento costuma ter, pelo menos, o dobro de gordura saturada quando comparados às carnes in natura. Apesar disso, eles são consumidos em várias partes do mundo porque são considerados extremamente saborosos.

Em uma alimentação saudável, o consumo de embutidos e de receitas que os contenham como ingrediente principal deve limitar-se a uma vez por semana, diz a nutricionista. Na presença de alterações lipídicas, no entanto, como o excesso de colesterol no sangue, o melhor é restringir totalmente os embutidos tradicionais e, no caso dos produtos à base de aves, utilizá-los apenas uma vez por quinzena.



Fonte: Diabete Net